Ladeada por mestres e inspirações na família, a arquiteta cresceu cultivando um amor que se revela em cada projeto que toca.
Giuliane, paixão pela Arquitetura. Foi assim que, aos 17 anos, ao ser entrevistada por um repórter do jornal Diário da Região, fui capa da edição. E nunca houve uma segunda opção. Era arquitetura ou arquitetura. O Brasil passava por uma imensa crise. A inflação e a construção civil iam mal... Arquiteto? Disse meu tio: Conheço um arquiteto que virou pipoqueiro. Mas, como sempre tive muita opinião, o sonho se realizou. Desde pequena visitava obras com minha mãe, que construía casas para vender. Ela me buscava na escola e lá íamos nós, ora em obras, ora em lojas de acabamento. As brincadeiras eram os desenhos, casas e prédios feitos de caixas de sapato, cartolina... Eu vivia no armazém da esquina. Cola, papel celofane, cartolina, crepom... Outra influência importante foi do meu avô Tshushishiro Midorikawa, engenheiro agrônomo vindo do Japão e um artista com desenhos lindos, com alma. Só de olhar para eles me emociono... Os desenhos e ideias visionárias de meu pai, aquariano, também fizeram diferença. Ele sempre saía do lugar comum, sempre esteve a frente de seu tempo e eu o entendia. Entendia todos os detalhes pensados em suas naves espaciais, casas futurísticas. Com meu pai aprendi os valores morais. O sobrenome Midorikawa, em japonês, significa Rio Verde: poético, ecológico, lindo... Água... Verde, natureza, vida, rio, movimento. Quer elemento mais vital? Tenho orgulho de meu sobrenome, de poder ter sonhado junto com meu pai e meu avô. A sabedoria oriental é linda e poética. Já fiz cursos de origami e lkebana. É apaixonante. O equilíbrio, a simplicidade, o detalhe, o valor que se dá à Natureza e aos elementos, à harmonia. Temos muito que aprender com a sabedoria oriental. A exigência de sempre fazer o melhor. Quando cheguei para meu pai e disse orgulhosa: Pai, tirei 9,5 em meu Trabalho de Graduação na Faculdade, que vai para um concurso nacional dos melhores projetos de graduação o Ópera Prima. Ele respondeu sem titubear: Por que não tirou 10,0? Londrina foi maravilhosa. UEL (Universidade Estadual de Londrina), professores como meu pai e avô... Vai mais longe! Tudo pode! Ser influenciada por Piet Mondrian, Kazimir Malevitch, Rietveld, Kandinsky, Le Corbusier, Mies Van Der Roche, Frank Lloyd Wright, gênios criativos, extravagantes, apaixonantes. Estudar história da arte, conhecer Roma, inebriantes tesouros. Poder viajar e ver pessoalmente a Pietá de Michelangelo. Foram tantas emoções. Emoções estas que transmitimos no trabalho. Trabalho com muito amor, paixão. Ver uma obra pronta, um filho seu, é maravilhoso. Fiz curso de design de móveis e isto me ajudou muito na percepção da escala humana, conhecer o que um material pode te proporcionar, o toque, a forma, a função. Todo arquiteto precisa projetar uma cadeira... Além da grande realização de concretizar sonhos, entender o que o cliente deseja A Casa da Pradaria Frank Lloyd Wright. Cada indivíduo deve ter uma casa própria e ela deve ser a expressão da personalidade de quem vive ali Frank Lloyd Wright. Você precisa conhecê-lo, entendê-lo. Gosto de me aventurar em diversos estilos, sem preconceito, gosto de novos desafios, de estudar cada caso. Cada projeto é único. Outra paixão é o design de joias. Fiz um curso, mas o projeto está adormecido pela falta de tempo... Valeu a pena. Outros materiais, mais possibilidades. Talvez seja esta a minha segunda paixão: o design. De joias, de roupas, de móveis, de objetos, sapatos... Tudo tem design. Projetos para o futuro? Muitos, incontáveis. Vá longe! Navegar é preciso...